627 - abade e missionário - “Amado” significa aquele que é objeto de uma viva afeição.
Amado foi um famoso monge do mosteiro de Agaune, que vivia na mais completa solidão numa caverna. Impressionado com a sua força espiritual, o abade S. Eustásio levou-o para o mosteiro de Luxeuil, França. Mais tarde foi enviado como missionário a Austrásia ou Reino do Leste. Um dia encontrando-se na casa de um nobre chamado Romarico, tomou um prato de prata disse: “Quantos senhores, aliás, quantos escravos este prato de prata já teve e quantos ainda haverá de ter?” E o advertiu sobre o perigo de acabar sendo mais escravo que senhor das coisas. Romarico ficou vivamente impressionado com sua advertência, pois o tinha na conta de homem de Deus. Libertou seus escravos, vendeu seus bens e mandou construir o mosteiro de Habbend, e S. Amado foi escolhido como abade. Antes de morrer, mandou colocar em seu leito um saco com cinzas. Deitado sobre cinzas em sinal de penitência, confessou publicamente seus pecados. Mandou também colocar no seu túmulo a seguinte inscrição: “Homem de Deus que entrais neste santo lugar para rezar, implorai a misericórdia divina para a alma de Amado, penitente, que aqui está sepultado, a fim de que, se a tibieza da minha penitência tiver deixado algumas dívidas dos meus pecados, vossa caridade e vossas orações me obtenham a inteira remissão” (apud Rohrbacher, op. cit. vol. XVI, p. 169). Morreu por volta de 627. Seu sucessor foi S. Romarico.
DOS MOMENTOS DE PROVAÇÃO
“Senhor, bendito seja para sempre o vosso santo nome,
porque quisestes que sobre mim viesse esta prova e tribulação.
Não posso evitá-la; mas se necessário que a vós recorra,
para que me ajudeis e convertais tudo em meu proveito.
Senhor, estou agora atribulado
e não está bem o meu coração.
Muito me atormenta o presente sofrimento.
E agora, Pai, amantíssimo, que direi?
Estou mergulhado em angústias;
livrai-me desta hora.
E cheguei a este extremo,
para que sejais glorificado,
quando eu, depois de muito abatido,
for por vós libertado.
Dignai-vos, Senhor, salvar-me;
porque, pobre de mim, que farei e aonde irei sem vós?
Dai-me paciência, Senhor, ainda por esta vez.
Socorrei-me, Deus meu,
e nada temerei, por mais que esteja atribulado”
(Imitação de Cristo, livro III, cap. XXIX, 1).
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